Descrição enviada pela equipe de projeto. PUROTU - "Beautiful" - A casa de férias Bach fica na Bay of Many Coves em Marlborough Sounds, Nova Zelândia. No início do projeto, depois de conhecer os desejos do cliente e as belezas naturais do local, a questão posta era a de interferir ou não no terreno existente. Existia um chalé antigo no local que atualmente combina dois lotes individuais com área total de 4611 m² com a construção cerca de 10 metros acima do nível do mar, no nível mais baixo do acidentado terreno. A casa foi resolvida em um único pavimento com dois quartos, um simples fechamento em placas de madeira e telhado em cor metálica, aninhada no meio da mata nativa. Apesar da remoção total do antigo chalé tenha sido uma decisão emocionalmente difícil para o cliente, esta se apresentou como solução mais lógica, sustentável e eficaz para os custos, especialmente com o conhecimento do afastamento do local e os entraves logísticos de qualquer tipo de manutenção a longo prazo. Picton e Blenheim são as cidades mais próximas e a única maneira de chegar ao local é por barco, lancha ou helicóptero. Se o clima for favorável, se leva cerca de 45 minutos para chegar ao local através de barco. Então a logística foi uma das maiores restrições ao projeto.
Como tradição nos escritórios de Wellington e Brisbane, no início de cada projeto passamos algum tempo com o cliente e, se possível, no lugar de construção. Um dos motivos é a melhor compreensão das necessidades do cliente: preferências, exigências; e do local: os pontos especiais e pontos de vista, experimentar as limitações, acesso, orientação, contexto, os serviços, topografia e vegetação e qualquer obstrução. Tudo para compreender melhor o programa proposto pelos clientes e, juntos, desenvolvermos um projeto a partir dele.
Apesar de termos nos preparados para o projeto um pouco antes desta data, o projeto oficial iniciou em julho de 2010. O programa pedido era composto por: cozinha aberta, sala de jantar, sala de estar com lareira, três dormitórios duplos, todos com uma boa orientação e visão, estúdio separado - área de escritório, lavanderia e vestuário com ducha exterior, banheiro principal completo e toilete separado. O espaço externo tinha que ser muito funcional e era necessário incorporar o spa existente, que precisava ser estrategicamente posicionado para capturar a vista e permanecer privado, um chuveiro ao ar livre no mesmo espaço também foi uma exigência, assim como a distribuição de mesas ao ar livre ao longo do extenso deck e a flexibilidade do local de uso da churrasqueira. Armazenamento descendente abaixo da parte frontal do edifício com acesso simples foi outro desejo. Desde os primeiros esboços o objetivo foi resolver o edifício no ambiente existente, sem competir ou contrastar com o ambiente, mas simplesmente misturá-lo na natureza.
Rotacionamos o novo edifício para capturar uma orientação e vista ainda melhores que aquelas proporcionadas pelo antigo chalé, além de percebermos que colocando a construção mais próxima ao morro, esta funcionaria ao mesmo tempo como um muro de contenção, para eliminar qualquer futura erosão possível, e acomodaria-se melhor ao terreno nesta situação.
A casa está distribuída no terreno de acordo com os contornos existentes para aproveitar a vista e a orientação solar nordeste. A parte da frente da construção é ocupada com uma extensa plataforma e funciona como uma extensão da cozinha de planta livre, sala de jantar, sala de estar e três dormitórios, um ao lado do outro. Na parte posterior da casa estão os serviços, incluindo um banheiro, toilete separado e lavanderia e no centro como uma extensão visual da sala de estar, um estúdio com vidro até o teto orientado para a calmante encosta de mata nativa. Atravessando a casa, criamos uma rua interna - galeria, com uma parede de madeira curva contínua a partir da frente do edifício subindo pelo deck também de madeira de um lado até a parede de retenção no outro lado do edifício e encurvando 15 metros além deste ponto, criando um quintal bastante privativo com mesas, spa e chuveiro ao ar livre.
Estruturalmente a casa é composta por uma estrutura em aço em um pavimento mesclada com woodframe e telhados inclinados, localizada de frente a uma série de estacas de madeira e atrás de um muro de arrimo de um metro de altura que corre toda sua extensão. A performance térmica da construção é máxima, tendo sido esta uma preocupação recorrente de nossos projetos. A sustentabilidade desta construção está na escolha da posição e orientação, no uso de recursos materiais e recursos locais, máximo proteção possível da natureza, eficiência energética e alocação para melhoramentos futuros (painéis solares para água quente e energia), etc.
Os materiais principais e dominantes são, juntamente com vidros duplos matizados, a coberturas de cor metálica e o revestimento de paredes, pela New Zealand Steel, ajudando a enfatizar a simplicidade e elegância das linhas claras e retas. A escolha foi uma solução lógica, fácil e de baixo custo para um material de baixa manutenção, que tem bom desempenho em tal ambiente de severo contato com a água do mar. De acordo com o nosso estúdio MWA design, a cozinha, lavanderia, banheiro / WC e estúdio tem mobiliário fixo, fabricado a partir de madeira com verniz marítimo incolor.
Todas peças de alumínio exterior, como especificado, foram executadas com Fletcher Aluminium Pacific Residential e para melhores performances térmicas foram especificados vidros duplos com vidros fumados cinza Viridian no exterior. Carvalho da Tasmânia foi a escolha para todos os pisos internos com acabamento em poliuretano claro acetinado para dar uma sensação de calor para o interior, mas mantendo uma aparência de leveza natural. A longa parede curva (timber frames) com ripas de cedro verticais em ordem aleatória é, definitivamente, uma das principais características deste projeto e tentamos levá-la ao exterior, elemento muito funcional e usado como vértebra do projeto desde a parte interna completando a volta no exterior e definindo um quintal.
O Branco é a cor predominante das paredes internas, tetos e portas, para que o cliente possa decorar de modo individual. Já na sala de estar a horizontalidade simplista do restante da casa é variada: o telhado sobe um metro de altura trazendo mais luz para dentro do espaço e proporcionando uma melhor ventilação cruzada. Com essa abordagem nós conseguimos conectar a sala de estar com o estúdio.
A lareira foi estrategicamente posicionada (centro da construção) para que fosse visível da maioria dos espaços, sem bloquear a vista da paisagem, e para que a distribuição de calor apresentasse maior eficiência. Durante os dias frios de inverno ou noites mais geladas de primavera e outono, este é o coração da casa Bach para histórias memoráveis sobre mergulho, pesca, caça, sonhos, sobre o passado e futuro.